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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

[OPINIÃO] MUSTANG SHELBY GT500: O MEU FAVORITO DO SALÃO

"Qual carro do Salão você levaria pra casa?" já me questionaram - e eu perguntei a vários amigos. É engraçado. Quando somos crianças (ou nem tão crianças assim) pensamos sempre em supercarros. Ferrari, Lamborghini, Porsche, Pagani, Bugatti ou o brasileiríssimo Rossin-Bertin Vorax. Quem gosta de trackdays e afins, acaba desejando marcas descoladas como BMW, Subaru ou Mitsubishi.

Eu? O automóvel que eu levaria com gosto para minha garagem, e o usaria esporadicamente - na pista e na rua - é o Mustang Shelby GT500. Parece absurdo recusar um 911 turbo, o carro mais brutal que eu já acelerei (faz de 0 a 100 em 3,1 segundos!); ou o charme italianíssimo de um Maserati GranCabrio. Mas basta um passeio esportivo em um Shelby GT500 para você entender: ele oferece uma das experiências mais velozes e viscerais que você pode experimentar em um carro moderno. E pode ser levado a (quase) qualquer buraco.

Vamos começar com o motor. Não, não vamos começar com ele. O maior barato desse Mustang, além do estilo de mocinho malvado, cheio de recortes e reentrâncias, é o câmbio manual de seis marchas. Pouquíssimos carros com esta potência - 540 cavalos para ser mais preciso - oferecem um "stick shift" clássico, com pedal de embreagem e tudo. Com um detalhe: os engates não são curtos, são pigmeus recém-nascidos. O curso do câmbio é a metade da maioria dos carros de linha, um convite a fazer bobagem em qualquer semáforo que apareça.

E a usina sob o capô, claro: um V8 de 5 litros, todo de alumínio, com um enorme supercharger sobre o sistema de admissão. A diferença do supercharger para o turbo é que a potência está sempre ali, desde o ponto morto. É acelerar e segurar o pescoço para a cabeça não sair rolando pela sarjeta. Chega a ser bizarro, parece o botão de adiantar filme de um DVD. Não precisa reduzir marcha, nem queimar embreagem: é como se houvesse um gancho de decolagem de porta-aviões na frente do Mustang.

Contudo, o que é quase assustador é a capacidade que este carro tem para frear e contornar curvas. Ele ignora o fato de ter um eixo rígido pendurado na traseira como suspensão, sendo capaz de passar pendurado em curvas traiçoeiras, com falhas no chão e tudo. Freios Brembo nas quatro rodas! A caixa de direção é bem rápida, poderia ser mais comunicativa, mas no saldo geral é excelente. E a carroceria praticamente não inclina nas curvas. Fiquei bem confuso quando andei em um GT500 pela primeira vez, porque minha expectativa era de uma barca - e não uma lancha offshore.

Para encerrar, o interior do Shelby. É quase uma máquina do tempo, com a vantagem de não termos de aturar virilhas peludas e laquê no cabelo das moças. É o único muscle car moderno que oferece uma sensação palpável de carro antigo, ainda que empregue alumínio texturizado e aquela enorme tela de navegação no console. Mas para efeito de comparação, a cabine do Challenger me faz sentir como se estivesse em uma Cherokee. O Camaro, parece um conceito, futurista demais - apesar de ter elementos bacanas que remetem ao antigo. E nenhum deles tem aquela bolinha de câmbio tão "raiz" do GT500.

Por ser tão veloz, conveniente, estiloso e usável em base diária, é o GT500 que eu adotaria, de todos os carros do Salão. Aquele azul anil, com faixas brancas; ou todo preto, efusivo e amigável como o Mike Tyson entrando no ringue. Vocês levariam qual máquina para casa?


Fonte: Yahoo / Samy Art's Technology

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