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sexta-feira, 22 de março de 2013

Museu do Índio: polícia invade prédio e retira indígenas à força


Os homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiram o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, Zona Norte do Rio, por volta das 11h45 desta sexta-feira. Os policiais fecharam o cerco ao casarão às 3h da manhã e, desde então, vinham tentando negociar uma saída pacífica dos indígenas, o que não aconteceu. Pelo menos seis pessoas foram detidas, entre elas três estudantes.

Por volta das 12h09, já havia PMs na parte superior do prédio, sinal de que o local já estava desocupado. Os índios foram levados em vans até um hotel oferecido pelo governo para a habitação deles. Para entrar no imóvel, os policiais militares usaram bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e atiraram balas de borracha contra manifestantes que tentavam impedir a operação.


Uma manifestante do grupo feminista Femen foi detida porque protestava com os seios de fora. Ela foi encaminhada para a delegacia e, revoltada, chamava os PMs de assassinos. Um grupo ainda ateou fogo em uma oca por volta das 11h30 e os bombeiros precisaram ser acionados para controlar as chamas. 
Às 7h40, alguns índios aceitaram deixar o edifício, mas a maioria continuou resistindo. De madrugada, o clima já era tenso entre os manifestantes e a polícia, que interviu com spray de pimenta e gás lacrimogênio.

Em entrevista à "Globo News", o defensor público Daniel Macedo afirmou que a invasão da polícia foi violenta e representou um abuso de poder. "Já havia uma negociação para que os índios saíssem de forma pacífica. O que aconteceu foi um abuso de autoridade, um absurdo. Não precisava terminar dessa forma. Existia uma ação de imissão da posse e a polícia estava autorizada a entrar no imóvel, mas a decisão era bem clara: sem qualquer tipo de violência. Não foi o que aconteceu", criticou o defensor.

A 8ª Vara Federal Cível do Rio notificou os índios no dia 15 de março e eles deveriam ter saído do imóvel até esta quinta-feira. No local, será construído o Museu Olímpico para os megaeventos que serão sediados na cidade. A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos ofereceu quatro opções de abrigo para eles até a construção do Centro de Referência Indígena, na Quinta da Boa Vista: o Hotel Santana; um terreno em Jacarepaguá, próximo ao Hotel Curupati; o abrigo Cristo Redentor; ou ao lado do barracão da Odebretch, na Rua Visconde de Niterói.


Fonte: http://rius.com.br/artigo.php?sessao=Noticias&categoria=Rio-de-Janeiro&titulo=Museu-do-indio:-policia-invade-predio-e-retira-indigenas-a-forca&id=16150



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